ENTRE O PRAZER E O SIGNIFICADO

terça-feira, junho 30

.
.
.

.
.

.
.
.
.
'Nem sempre nos apercebemos, mas estamos sempre a cair. A cada passo caímos ligeiramente para a frente. E depois, apanhamo-nos a nós próprios. Estamos constantemente a cair. E a apanharmo-nos a nós próprios. E é desta forma que somos capazes de andar e cair ao mesmo tempo.'
.
.
.
.
.
Laurie Anderson, Big Science. Foto de Mrubasek

segunda-feira, junho 29

A Poética de um Clown 33

.
.

.
.
'La tontería es infinitamente más fascinante que la inteligencia.
La inteligencia tiene sus limites, la tontería no.'
.
.
Alex Navarro

sábado, junho 27

Dancem!

.
. Le Salon. Colectivo Peeping Tom
Teca

.
.

'No encadeamento desta saga divertida e pungente, em que dança e teatro se revezam numa partitura implacável, revelam-se as fendas escancaradas de uma humanidade amarfanhada, simultaneamente coriácea e prazenteira, que caminha solitária por entre as esperanças naufragadas e as pequenas felicidades da vida. A gestualidade, brutal, elástica, surge através de rajadas extravagantes, deixando escapar os segredos germinados e as raivas recalcadas: o irreprimível indizível dos medos e dos arrebatamentos da existência.'
.
Gwénola David, no programa TNSJ. Foto de Marc Deganck
.

sexta-feira, junho 26

Bom fim-de-semana!

.
.
.
.
.
.
.
. .
.
.
.
se te afastares o suficiente,
estarás a caminho de casa.
.
.
.
.
.
.
Tom Waits. Foto de J. Alfonso.

terça-feira, junho 23

.
.
.
.
.
.








.
.
.
.

...ah, mas o esforço de um homem tem de exceder o seu limite, senão para que serve o Céu?
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.



Robert Browning. Foto de Ceslovas Cemakevicius

domingo, junho 21

.
.
.

.
.
.
.
.
.



.

.

.

‘A solidão existe e, ainda por cima, é constitutiva e faz parte. Mas, porque se trata de um sentimento, não é modificável no exterior. À solidão externa chama-se isolamento, e tem remédio. À solidão como sentimento, a tal que desespera, a tal que engelha a pele e a alma, não há pessoas que cheguem, não há festas que disfarcem, não há afectos que calem.

A solidão mais terrível, mais dorida e arreigada é sempre aquela que, inscrita em nós, nos impede de amar os outros e de os deixar ocupar espaço dentro de nós. E dessa, só nós temos, além do mal, a cura.’

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

Isabel Leal. Foto de Fabio Keiner


.
.
.
.
.
.



.
.
.
.
.
.
.
.
.

.

sexta-feira, junho 19

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, junho 18

.
.

.

.

'Todo o comportamento consiste de opostos, ou polaridades. Se fizer repetidamente alguma coisa, se insistir cada vez mais, a sua polaridade irá revelar-se. Por exemplo, se alguém se esforçar por ser belo vai tornar-se feio, e tentar demasiado ser generoso é uma forma de egoísmo. Qualquer comportamento excessivo produz o seu oposto.'

.

.

.

.

Tao Te Ching, de Lao Tzu. Foto de Leanne Geldenhuys



segunda-feira, junho 15

SIGNS

domingo, junho 14

-
-


-
-
.
.
.
.
.
.
.
.

quem é que tem os melhores amigos do mundo? eheheheheh. sou eu!
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

sábado, junho 13

.
.
.
.
.
.
.
Os homens não podem viver juntos,
se não perdoarem uns aos outros,
por não serem, senão aquilo que são.

.
.
.
.
.
.

.

.

François Varillou. Foto de Jarek Zuzga
.

sexta-feira, junho 12

Guitarra 66

.
.

.

.

'É bonito, não o bonito que o cinismo contemporâneo se habituou a desvalorizar, bonito mesmo. (...) Há discos assim, como se a sua função fosse estar a um canto, murmurando, mas prontos a conduzir-nos à intimidade, partilhando um lamento, um momento de felicidade, um soslaio de nostalgia, uma viagem, Espanha, Marrocos, EUA, desertos, mares, céus, chuva, Portugal, sempre Portugal.

.

Mas um Portugal que não tem necessidade de se exibir para ser. É-o simplesmente.

.

São temas instrumentais para guitarra clássica, mareando intuitiva e serpenteantemente, que a cada nova audição se transformam num momento de descoberta da realidade. De Tó Trips. Da nossa. Das pessoas de todo o mundo, porque as suas emoções são iguais em todas as latitudes.

.

É também o disco que aproxima mais o músico do silêncio e da tradução da existência através de uma forma poética. No seu caso não são precisos grandes artifícios. Basta uma guitarra, algumas ideias, uma respiração introspectiva, deixar fluir o tempo, um imaginário para partilhar, contemplar o mundo, o exterior e o interior, sem a ânsia de descobrir um propósito final nesse seu gesto errante.'


Vítor Belanciano, Público.


Para ouvir AQUI
.
.
.

.
.

.

.

'Hoje não tenho uma crença particular no homem. Transitei do cristianismo para o marxismo bastando-me acreditar no homem. Substituí uma crença por outra. E hoje estou convencido de que o homem é capaz do pior e do melhor, e que não há nenhum destino escrito. Não há uma bondade inata que, no fim, triunfe sobre o mal. É possível, aliás, que o mal triunfe. Tenho a certeza absoluta que se quiser algum bem tenho que lutar muito, e que vale a pena fazê-lo.'




Miguel Portas. Foto de Claudio Patrizi


quinta-feira, junho 11

-
-
-
-
-
é um mundo mágico, não é?
-

-
-
-
Foto de Zefram

O Grande Teatro do Mundo 26


TRAIÇÕES
de Harold Pinter
ACE - Teatro do Bolhão
.
.
Alguém terá dito que "as personagens de Harold Pinter nunca dizem o que pensam e raramente pensam o que dizem"; nunca vi em teatro uma tão grande aproximação à realidade. Não que o considere um apologista do cinismo, tido no seu sentido mais vulgar, mas um mestre na observação da génese da palavra dita.
.
Não mais se poderá confundir discurso com mensagem.
.
Se analisássemos o quanto traímos a cada momento que estabelecemos comunicação com o outro, ficariamos estarrecidos com a nossa falta de verdade.
Este mecanismo de defesa e de sobrevivência raramente é consciente; moldamos a própria memória ao sabor das nossas necessidades mais inconfessáveis. O inconsciente domina o nosso discurso e somos levados a dizer aquilo que não queriamos porque uma pulsão, uma imagem, um desejo, uma recordação (verdadeira ou construida) se atravessou no caminho do nosso raciocínio. Traímos portanto, e esta é a nossa trágica condição.
.
.
João Paulo Costa, no programa da peça.

quarta-feira, junho 10


.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
obrigado
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

terça-feira, junho 9

.
.
.
.
-
-
.


segunda-feira, junho 8

Aceitação

.

.

Parece que só a vida, ou a nossa interpretação das experiências da vida, permite compreender a profundidade das parábolas clássicas. Eis uma de que me apetece lembrar:
.

Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava à beira de um rio.
O escorpião vinha fazer um pedido:

"Sapinho, poderias me carregar até à outra margem deste rio tão largo?"

O sapo respondeu: "Só se eu fosse tolo! Tu vais me picar, eu vou ficar paralisado e vou-me afundar."

.
Disse o escorpião: "Isso é ridículo! Se eu te picasse, ambos afundaríamos."
Confiando nesta lógica, e porque gostava muito do escorpião e se sentia sozinho, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio.

No meio do rio, o escorpião cravou o seu ferrão no sapo.

Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:

"Por quê? Por quê?"
E o escorpião respondeu: "Por que sou um escorpião e essa é a minha natureza."


Há que aceitar o facto: alguns de nós são mais "sapos" e outros são mais "escorpiões". Não vale a pena acreditar que as pessoas mudam essa essência, porque não mudam.

Que tenhamos a sorte, e a vontade, de saber quem é quem, apesar das aparências, antes de iniciar uma viagem em conjunto. E a coragem de dizer que não, antes que seja tarde de mais.

A não ser que gostemos de emoções fortes, queiramos experimentar coisas ou queiramos acreditar, apesar de todas as evidências, ingenuamente no "impossível". Mas depois há que pagar o preço.

No final, quer o sapo, quer o escorpião, assumem, ou não, as consequências da sua natureza.

E a vida continua...

.

.

.

domingo, junho 7

.
.
.
.
.
.
.
.
mesmo à deriva vamos ter a algum lado

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
diz a minha querida amiga a.c. à deriva nos seus pensamentos...
-
-

-
-

-
-
-
lamentar o passado é como correr atrás do vento
.
.
.
.
.
..
-
-
-
-
-
-
Provérbio. Foto de Vidar Nordli Mathisen

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’