Estória do Gato e da Lua
“No princípio era o negro absoluto, a imensidão calma da noite.
Depois ela surgiu e tudo mudou.
Há muito que deixei de a procurar, agora tudo é mais calmo.
Aprendi que o melhor é esperar. Ela virá quando puder... ou quiser.
Sei que um dia virá ter comigo, senão porque passaria horas a fio, noites inteiras a observar-me?
Nada mais importa. Eu espero...
Mas nem sempre fui assim.
Depois de a conhecer a minha vida mudou. Procurei segui-la, por ela atravessei mares, corri oceanos, cheguei mesmo a andar à deriva. Tudo fiz para a encontrar. Quando julguei estar perto... estava ainda bem longe.
“No princípio era o negro absoluto, a imensidão calma da noite.
Depois ela surgiu e tudo mudou.
Há muito que deixei de a procurar, agora tudo é mais calmo.
Aprendi que o melhor é esperar. Ela virá quando puder... ou quiser.
Sei que um dia virá ter comigo, senão porque passaria horas a fio, noites inteiras a observar-me?
Nada mais importa. Eu espero...
Mas nem sempre fui assim.
Depois de a conhecer a minha vida mudou. Procurei segui-la, por ela atravessei mares, corri oceanos, cheguei mesmo a andar à deriva. Tudo fiz para a encontrar. Quando julguei estar perto... estava ainda bem longe.
Senti-me perdido, sem saber o que fazer. No meio de tanto mar o barco tornava-se cada vez mais apertado, o mundo cada vez mais pequeno para toda aquela paixão!
Foi então que mudei de vida. Arranjei casa e confortavelmente instalado, julguei irrecusável a minha proposta.
Mas, de novo, ela fugiu.
Desesperado, fui então de telhado em telhado atrás dela, escravo daquele desejo, prisioneiro daquela atracção que pouco a pouco me deixava cada vez mais só.
E o tempo passou...
Agora já não corro, espero apenas.
O resto não importa...”
Texto do filme de animação “Estória do Gato e da Lua”,
realizado por Pedro Serrazina, Filmógrafo 1995.
realizado por Pedro Serrazina, Filmógrafo 1995.
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