Diz uma história que numa cidade apareceu um circo, e que entre os seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da plateia e o riso era tão bom, tão profundo e natural que se tornou terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crónicas eram aconselhados pelo médico de família a que assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar angústias.
Um dia porém um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o doutor. O médico então, sem hesitação, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza, de abrandamento de todas as dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros da nossa forma perdida de ser.
O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direcção à porta e quando já estava a sair, virou-se, olhou para o médico nos olhos e sentenciou: "Não posso procurar o circo... aí está o meu problema: Eu sou o palhaço".
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