Gilbert Garcin
De maneira nenhuma, porém, se deve inferir que ao clown seja permitido ser intimamente falso e insincero! Muito pelo contrário. Ele tem de acreditar no que sente e faz. Tem de confiar na sinceridade de toda a “gente boa” que trabalha dentro dele e através dele e tem de amar de todo o coração os jogos e extravagâncias dessa “gente boa”.’
‘(…) A coisa é muito diferente com a psicologia de um bom clown. As suas reacções a uma circunstância no seu meio circundante são completamente injustificadas, “absurdas” e inesperadas: ele poderá mostrar-se apavorado com coisas que não dão a mínima causa para medo; poderá chorar quando esperávamos que risse ou ignorar profundamente um perigo que o põe em sério risco. As suas transições de uma emoção para a outra não requerem qualquer justificação psicológica. Tristeza e felicidade, extrema agitação e completa compostura, riso e lágrimas – tudo isso poderá desfilar em sucessão espontânea e mudar como um relâmpago sem quaisquer razões visíveis.
De maneira nenhuma, porém, se deve inferir que ao clown seja permitido ser intimamente falso e insincero! Muito pelo contrário. Ele tem de acreditar no que sente e faz. Tem de confiar na sinceridade de toda a “gente boa” que trabalha dentro dele e através dele e tem de amar de todo o coração os jogos e extravagâncias dessa “gente boa”.’
Michael Chekhov
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