ENTRE O PRAZER E O SIGNIFICADO

quinta-feira, maio 31

Homo Faber 8

Steve Chong

CAMPONÊS plantando árvores e HOMEM solitário. Aproxima-se a hora solene do ocaso. O HOMEM, que percorrera todos os caminhos do mundo, suspira profundamente.
HOMEM — (Depois de um longo silêncio) Ouça.
CAMPONÊS — O quê?
HOMEM — (Com voz cansada ) Plante-me também a mim.
CAMPONÊS — (Surpreendido) Como?
HOMEM — Plante-me a mim.
CAMPONÊS — (Sem demonstrar a surpresa ) Porquê?
HOMEM — Estou cansado.
CAMPONÊS — E como quer que o plante?
HOMEM — Como se fosse uma macieira.
CAMPONÊS — Está a falar a sério?
HOMEM — Não sei falar de outra forma.
Pausa. O CAMPONÊS encolhe os ombros, põe o homem às costas, mete-o no buraco pequeno e enterra-o até aos tornozelos. O HOMEM, que abrira os braços em cruz, levanta os braços para o céu e fica muito quieto, quase sem respirar, à espera do milagre de uma nova primavera que o faça, por fim, frutificar.
Javier Tomeo, in Histórias Mínimas
(Obrigado Marisa)

segunda-feira, maio 21

Kanimambo (Cidade)




Fotos: PV. Maputo - Moçambique. Maio.2007

Kanimambo (Mar)




Fotos: PV. Maputo - Moçambique. Maio.2007

Kanimambo (Terra)







Fotos: PV. Namaacha - Moçambique. Maio.2007


segunda-feira, maio 14

Dias de Koldo

Encontrei as pessoas certas para reinventar com olhos contemporâneos as rotinas clássicas para estar feliz. Há palhaços muito bonitos no Porto! : 0 )

terça-feira, maio 1

Homo Faber 7

Krzysztof BFalcman

A improvisação no teatro, e na vida, é um maravilhoso exemplo do tipo de pensamento que tratamos em Blink! Refere-se a pessoas que tomam decisões sofisticadas ao sabor do momento, sem a vantagem de qualquer tipo de guião ou de enredo. É isso que a torna tão atraente e, para ser franco, tão aterradora.
O que é aterrador nas improvisação é o facto de parecer extremamente aleatória e caótica. Parece que as pessoas têm de chegar ao palco e inventar tudo ali mesmo. Mas a verdade é que a improvisação não é nada aleatória nem caótica. Um elenco de improvisadores encontra-se regularmente para ensaiar durante horas. Depois de cada espectáculo reúnem-se e criticam o desempenho de cada um com toda a seriedade. Porque é que praticam tanto? Porque a improvisação é uma forma de arte definida por uma série de regras, e eles querem ter a certeza de que todos obedecem a essas regras quando estão no palco. A espontaneidade não é aleatória.

Uma das regras mais importantes que tornam a improvisação possível é o princípio da concordância, a noção de que uma maneira muito simples de criar um a história - ou uma piada - é que os personagens aceitem tudo o que lhes acontece. Na vida, a maioria das pessoas é altamente competente a suprimir acções. Os maus improvisadores dizem que não, bloqueiam a acção constantemente. Os bons improvisadores dizem que sim, desenvolvem a acção.
Adaptado de Blink, de Malcolm Gladwell

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’