ENTRE O PRAZER E O SIGNIFICADO

terça-feira, maio 1

Homo Faber 7

Krzysztof BFalcman

A improvisação no teatro, e na vida, é um maravilhoso exemplo do tipo de pensamento que tratamos em Blink! Refere-se a pessoas que tomam decisões sofisticadas ao sabor do momento, sem a vantagem de qualquer tipo de guião ou de enredo. É isso que a torna tão atraente e, para ser franco, tão aterradora.
O que é aterrador nas improvisação é o facto de parecer extremamente aleatória e caótica. Parece que as pessoas têm de chegar ao palco e inventar tudo ali mesmo. Mas a verdade é que a improvisação não é nada aleatória nem caótica. Um elenco de improvisadores encontra-se regularmente para ensaiar durante horas. Depois de cada espectáculo reúnem-se e criticam o desempenho de cada um com toda a seriedade. Porque é que praticam tanto? Porque a improvisação é uma forma de arte definida por uma série de regras, e eles querem ter a certeza de que todos obedecem a essas regras quando estão no palco. A espontaneidade não é aleatória.

Uma das regras mais importantes que tornam a improvisação possível é o princípio da concordância, a noção de que uma maneira muito simples de criar um a história - ou uma piada - é que os personagens aceitem tudo o que lhes acontece. Na vida, a maioria das pessoas é altamente competente a suprimir acções. Os maus improvisadores dizem que não, bloqueiam a acção constantemente. Os bons improvisadores dizem que sim, desenvolvem a acção.
Adaptado de Blink, de Malcolm Gladwell

1 comentário:

Biblioteca Rodrigues de Freitas disse...

Gosto da imagem.Uma menina numa linha de comboio, fazendo uma caminhada. O promenor do chapéu azul é delicioso. Quanto às noções de " decisões sofistadas ao sabor do momento, sem a vantagem de guião ou enredo(...) a torna atraente e, para ser franco, tão aterradora" não posso concordar. Apenas acredito isso ser um principio válido quando nos referimos a uma pessoa apenas. Sempre que essa improvisão engloba mais do que uma pessoa ,para mim, não é um principio válido.
Fica bem.Marisa

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’