ENTRE O PRAZER E O SIGNIFICADO

sábado, setembro 22

O Grande Teatro do Mundo 12

' A cegueira e a loucura (“É sinal dos tempos serem os cegos guiados por loucos”) são os pilares do mundo erguido em O Rei Lear, muito provavelmente a peça do cânone shakespeariano que mais temor e controvérsia tem gerado junto de críticos, encenadores e actores, atraídos e repelidos pela sua desmesura (“irrepresentável”, dizem eles), e confundidos pela sua ambígua imoralidade (o triunfo da injustiça, a redenção como uma quase impossibilidade). João Garcia Miguel traduziu e esquartejou o texto (burgher é aqui sinónimo de carne picada e cidadão), criando uma partitura bilingue que Anton Skrzypiciel e Miguel Borges interpretam em chave clownesca – a ternura pacificando a ira, a farsa amplificando a tragédia. Para o encenador, Lear é “um rei que se sente velho e quer voltar a ser homem”, que é como quem diz que estamos perante a “invenção do humano”. Harold Bloom cunhou a expressão, João Garcia Miguel arriscou transformá-la em coisa teatral. Representável, portanto.'
Programa TNSJ-TECA

2 comentários:

Dalaila disse...

Olá!

Encontrei este espaço, noutros ventos.

Adoro o conceito clown, já fiz um curso, e foi uma descoberta de vida...

Infelizmente não sabia deste espectaculo, e hoje já é longe demais....

Vou voltar a este palhaço que voa, assim como se voa neste espaço com letras...

Anónimo disse...

AMIGO, o teu blog enriquece-nos dia-a-dia.
é bom sentir, que apesar da distancia há sempre um "blog" que nos aproxima de casa e dos amigos.
Até breve e obrigada por todo esta boa energia!
Zita

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’