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‘No “Hamlet”, há uma parte de que gosto imenso: o Hamlet vai ao cemitério e o coveiro está a abrir a cova que vai ser para a Ofélia e saem duas ou três caveiras, uma delas do Yorick. Que é o bobo da corte, que tinha andado com Hamlet às cavalitas. A última coisa que ele diz à caveira é: “Diz as coisas que tu dizias antes, que faziam rir uma mesa inteira. Vai ter com a minha senhora e diz-lhe que, por muita maquiagem que ponha na cara, vai acabar por ficar como tu estás agora. Fá-la rir disso”. Isso é a minha epigrafe. Acho que o nosso trabalho é justamente esse: fazer as pessoas rirem-se da morte. No fundo, cada gargalhada que a gente dá é uma gargalhada contra a morte. Isso acho espantoso.'
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‘É possível que a base do preconceito contra o riso esteja no facto de ser um momento de abandono físico, uns centésimos de segundo em que uma pessoa está esquecida de si própria.'
‘No “Hamlet”, há uma parte de que gosto imenso: o Hamlet vai ao cemitério e o coveiro está a abrir a cova que vai ser para a Ofélia e saem duas ou três caveiras, uma delas do Yorick. Que é o bobo da corte, que tinha andado com Hamlet às cavalitas. A última coisa que ele diz à caveira é: “Diz as coisas que tu dizias antes, que faziam rir uma mesa inteira. Vai ter com a minha senhora e diz-lhe que, por muita maquiagem que ponha na cara, vai acabar por ficar como tu estás agora. Fá-la rir disso”. Isso é a minha epigrafe. Acho que o nosso trabalho é justamente esse: fazer as pessoas rirem-se da morte. No fundo, cada gargalhada que a gente dá é uma gargalhada contra a morte. Isso acho espantoso.'
Ricardo Araújo Pereira
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