ENTRE O PRAZER E O SIGNIFICADO

quinta-feira, julho 24

O Viajante Imóvel 37





'- Mas que ideia é essa?! Para que tens de pensar?! Ponho-me a pensar e enlouqueço!
Por isso, não penso. Quando me sinto explodir, corro!
Não acreditas?
Minnie!Tens de correr,
Minnie!Tens de correr!
Viste? Assim consegues expulsar esses pensamentos todos! Isso é que é força!'


'O que faz parte do filme é se interessar mais nas pessoas do que no filme, nos 'problemas humanos' mais que nos 'problemas de mise-en-scène', para que as pessoas não passem ao lado da câmara sem que a câmara deixe de passar do lado das pessoas.'
Gilles Deleuze, sobre o cinema de Cassavetes


domingo, julho 20

Exista

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Fotos de PalhaçoVoador. Reiquiavique. Junho. 2008
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'Ao contrário de Nova Iorque ou de Xangai, Reiquiavique não tem ilusões de grandeza. É uma cidade que conhece a sua posição no cosmos, que sabe ser um lugar insignificante e sente-se bem com isso. Os islandeses prosperam neste estilo de vida provisório. Deixa-os preparados para tudo, inflama-lhes a imaginação. Acima de tudo, recorda-lhes a fragilidade da vida. As grandes cidades simulam imortalidade, dão a ilusão de que apenas pelo seu tamanho e pelo facto de terem conquistado a natureza conseguem prevenir a morte. Na Islândia, uma terra onde a natureza tem sempre a última palavra, a imortalidade é tão obviamente uma piada que ninguém leva a sério.'




sexta-feira, julho 18

O Grande Teatro do Mundo 18

Platónov de Anton Tchékhov. Encenação de Nuno Cardoso
[ 17 JUL 3 AGO] TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO
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'A precipitação de Platónov talvez tenha sido, em suma, esta: não se contentou com o tédio.

À medida que a peça avança fica claro o seu ressentimento. O desânimo é explícito, algo correu mal. O contacto com uma mulher que amou no passado torna evidentes os seus falhanços. No entanto, nada de particular, nada de diferenciado; a vida, ela mesma, correu mal sem que se possa culpar qualquer acontecimento concreto. Talvez apenas uma falta: a da actividade sobre si próprio. “O que é que eu fiz para mim pessoalmente? O que semeei em mim, [...] o que fiz crescer?”.

A desesperança em Platónov é brutal, [...] balança entre o desprezo sobre si próprio e o desprezo pelos outros. A distância que guarda ao mundo e o sarcasmo com que trata os outros são símbolos do desejo de vingança que nele parece não ter objecto. De quem se pode vingar Platónov? Quem tem a culpa de ele ser o que é – um insignificante mestre-escola, casado com uma mulher que despreza? Ninguém tem culpa, não há sujeito nem acontecimento a culpar. Eis a tragédia: o inimigo de Platónov é o mais perigoso de todos porque dele é impossível traçar-se um retrato.

“Que vida! Porque é que não vivemos como podíamos viver?”, exclama Platónov por cada um de nós.'

Gonçalo M. Tavares, no manual de leitura da peça TNSJ. Foto no site do TNSJ

sábado, julho 5

Até breve!

Foto: Bont´s International Clown School



-'Um clown é um ser indefeso, desprotegido e muito vulnerável. Definitivamente, é tudo o que na vida uma pessoa não quer ser, mas é. É um ser transparente, tudo nele se vê e se nota, nada se pode dissimular. Quer dissimular, mas não consegue...e nota-se que tenta; talvez aí radique o ridículo no ser humano.
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O clown não é de maneira alguma um idiota, não. Pode até ser muito inteligente, mas é a sua vulnerabilidade que o torna ridiculo, que faz dele um clown. A imaginação de um clown não tem limite possível. Tudo o que ele imagina pode ser real. Porque nisto consiste a sua vida, o seu mundo.
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Um mundo onde prevalece o humano. Os clowns dão prioridade ao coração, à sinceridade e ao seu amor pela vida e pelas coisas mais belas e nobres; enaltecem a amizade como um valor indestrutível e inviolável, e defendem sempre a verdade como forma de vida, essa verdade interior e pura.
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O clown é um pretexto para tornar a vida um pouco mais agradável e as pessoas um pouco melhores, mais compassivas e solidárias'

Hernán Gené, "Un ejército de clowns"


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Clown Rules

1. Don’t act like a clown, be a clown!

2. Give till it hurts!

3. You should feel more comfortable in your costume than you do in your own skin!

4. A clown is not a slave to fashion!

5. A clown is both unique and universal!

6. It’s more important to think like a clown than to look like a clown!

7. Clown and the whole room clowns with you!

8. Don’t talk down to the children!

9. Never let them see you sweat!

10. Practice!
One last clown rule: If you can’t laugh at yourself, you’ll never be a clown!


Turk Pipkin in "Be a Clown!"

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’