‘Tenho a obsessão de inventar histórias para as pessoas com quem me cruzo de passagem. Uma curiosidade imperiosa impele-me a inquirir para comigo o que serão as suas vidas. Quero saber-lhes a profissão, a nacionalidade, o nome, e saber o que estão a pensar nesse momento, o que lamentam, o que esperam, os seus amores passados, os seus sonhos presentes...
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E quando se trata de uma mulher (sobretudo, ainda mais ou menos jovem), o impulso torna-se cada vez mais intenso. Que vontade imediata de a ver nua – tens de o admitir –, e nua até ao coração. O que não serás capaz de fazer para saber de onde vem, para onde vai, e por que razão está aqui justamente e não noutro lugar! Enquanto o teu olhar vagueia à sua volta, imaginas-lhe aventuras, conjecturas-lhes os sentimentos mais profundos. Pensas no quarto que há-de ser o seu, em mil e uma outras coisas ainda...’
Flaubert
Fotos de PalhaçoVoador. Arezzo e Florença. Agosto.2008
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