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Rocco D’Onghia (Um Contínuo Movimento, um Estranho Equilíbrio).
Encenação Fernando Mora Ramos.
Malaposta, Teatro da Rainha.
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'Se o que sidera em O Homem da Flor na Boca é a descoberta do carcinoma flor e o drama então presente de uma vida a prazo, não é menos verdade dizer que a flor, a palavra, a fantasia, nos conduzem por imagens poéticas construídas numa compulsão de falar que se entende naquela criatura fora de tom com a notícia da sua própria morte imediata. E é isso que é sublime, a capacidade de nos conduzir por um pensamento meteórico, tão rico de visões, de guinadas e provocações e de alguma violência exorcista. Como se as palavras libertassem a flor que “o homem” traz sob o lábio, a sua cruz.
O Pacato Cliente, nós certamente, no final da exposição de O Homem da Flor na Boca perdeu certamente a ilusão da bondade das palavras, essa matéria do que é convivial e que tanto lhe apetecia naquela noite solitária. E elas são verdadeiramente manejadas como um instrumento de assalto, um murro que nos acorda para realidades que a pacatez não permite conhecer. E é essa uma função do teatro, certamente.'
Texto de Fernando Mora Ramos
Foto - Site do TNSJ
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