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'É bonito, não o bonito que o cinismo contemporâneo se habituou a desvalorizar, bonito mesmo. (...) Há discos assim, como se a sua função fosse estar a um canto, murmurando, mas prontos a conduzir-nos à intimidade, partilhando um lamento, um momento de felicidade, um soslaio de nostalgia, uma viagem, Espanha, Marrocos, EUA, desertos, mares, céus, chuva, Portugal, sempre Portugal.
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Mas um Portugal que não tem necessidade de se exibir para ser. É-o simplesmente.
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São temas instrumentais para guitarra clássica, mareando intuitiva e serpenteantemente, que a cada nova audição se transformam num momento de descoberta da realidade. De Tó Trips. Da nossa. Das pessoas de todo o mundo, porque as suas emoções são iguais em todas as latitudes.
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É também o disco que aproxima mais o músico do silêncio e da tradução da existência através de uma forma poética. No seu caso não são precisos grandes artifícios. Basta uma guitarra, algumas ideias, uma respiração introspectiva, deixar fluir o tempo, um imaginário para partilhar, contemplar o mundo, o exterior e o interior, sem a ânsia de descobrir um propósito final nesse seu gesto errante.'
Vítor Belanciano, Público.
1 comentário:
onde é que eu já ouvi isto... lindo.
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