ENTRE O PRAZER E O SIGNIFICADO

terça-feira, março 28

Monólogos da Imagem 10

PV no céu de Roterdão em Agosto de 2004

INTERVALO


segunda-feira, março 27

O Viajante Imóvel 8

PV no céu de Cádiz em Abril de 2004

“O jogo é uma actividade inútil. E, no entanto, o corpo quer sempre voltar a ele. Porque o jogar, sem produzir nenhuma utilidade, produz alegria. Felicidade é jogar. Porque com o jogo encontramo-nos com aqueles que amamos. Com o jogo o corpo faz amor com os objectos do seu desejo. Pode ser qualquer coisa: ler um poema, ouvir música, cozinhar, jogar xadrez, cultivar uma flor, conversar, tocar flauta, fazer voar um papagaio de papel, deitar-se de barriga para o ar a ver as nuvens que passam, acariciar o corpo da pessoa amada; coisas que não levam a nada. Amar é jogar. Não leva a nada... Quem joga já chegou... A única finalidade do saber adulto é permitir que a criança que vive em nós continue a jogar.”

R. Alves, in 'La alegría de enseñar'

domingo, março 26

Obra Primata 1

PV no céu de Gibraltar em Abril de 2004

PV no céu de Colónia em Agosto de 2004

"Além de servir para trocar informações técnicas, a linguagem é um mecanismo de união social, tal como catar parasitas é mais uma forma de comunicação do que um acto de higiene entre os símios e que, devido à libertação de endorfinas, os relaxa. (...) A conversação é uma forma de catamento social, porque os grupos humanos começaram a ser grandes demais para que conseguíssemos catar todos com quem nos damos. (...) Mas se a linguagem falada é um catamento social, ela não faz libertar endorfinas. Dunbar sugere que o riso e as gargalhadas, outra característica única dos humanos, cumprem a função de libertar endorfinas. Talvez por isso passemos muito tempo a tentar fazer rir os outros, como se os catássemos à distância (...).

Dá que pensar que, de cada vez que alguém telefona a um amigo só para saber como está, está a passar-lhe os dedos pelo pêlo, a catá-lo".

Teresa Firmino, no Mil folhas de 25-03-06 a propósito do livro 'A História do Homem' de Robin Dunbar

sábado, março 25

O Viajante Imóvel 7


"Era bom que os espelhos reflectissem antes de nos devolverem as imagens"
Jean Cocteau

sexta-feira, março 24

Monólogos da Imagem 9

PV no céu de Cádiz em Abril de 2004
Polícia de Insegurança Pública
- Vamos ao cinema logo?
- O.K.!
- Estava a pensar que podiamos ver o "Brokeback Mountain"
- (...)
- Então?
- ... Esse acho que preferia ver com uma amiga...
- (...)
- Vamos antes ver "Uma história de Violência".

quinta-feira, março 23

Porque quero ser Palhaço 7


"- Temos que ter um pouco de fé nas pessoas..."
Resposta de Tracy a Isaac no último diálogo do filme 'Manhattan', Woody Allen, 1979.

quarta-feira, março 22

Montagem das Atracções 2


Montagem das Atracções 1

O Viajante Imóvel 6

PV no céu de Barcelona em Abril de 2001
Laranja Azul
"A laranja é, como todos os frutos com muitos caroços, um simbolo de fecundidade. Na China antiga a oferta de laranjas às raparigas significava um pedido de casamento";
"O azul é a mais profunda das cores: nele o olhar penetra sem encontrar qualquer obstáculo e perde-se no infinito, como que perante uma perpétua fuga da cor. É o caminho do infinito, onde o real se transforma em imaginário. Acaso não é o azul a cor da ave da felicidade, o pássaro azul, inacessível e no entanto tão próxima?".
(Dicionário dos Símbolos, Jean Chevalier)

terça-feira, março 21

Monólogos da Imagem 8

PV algures na Holanda em Agosto de 2004
Quando e Onde
- Até quando vais gostar de mim?
- Até onde for o meu olhar...

segunda-feira, março 20

O Viajante Imóvel 5

PV no céu de Nova Iorque em Abril de 2005
'Se Deus não existisse, tinha que ser inventado'.
Voltaire

sábado, março 18

O Viajante Imóvel 4

PV no céu do Porto em Março de 2006

O Sábio

O gato está a comer as rosas:

ele é assim.

Não o impeçam, não impeçam

o mundo de girar,

as coisas são assim.

O três de maio

foi nublado; o quatro de Maio

quem sabe. Varram

a carne das rosas, atirem os restos

à chuva.

Nunca come

todas as migalhas, diz

que os corações são amargos.

Ele é assim, conhece

o mundo e o tempo.

Denise Levertov


sexta-feira, março 17

Monólogos da Imagem 7

PV num WC de Roterdão em Agosto de 2004
Contos do Copolar
Quatro copos viviam juntinhos no copolar. O líder era o copitão, assim conhecido devido ao seu passado militar e a uma certa tendência, aliás irritante, para querer comandar e organizar o quotidiano do copolar. O copypaste era mais tranquilo, tinha uma amiga - a paste de dentes - com quem desabafava, o que lhe permitia manter uma certa inteligência emocional. O Copote quase não se ouvia, tinha uma veia literária e passava os dias a escrever. Por último, o Copone era o mafioso do sítio e todos desconfiavam dele, mas, ao mesmo tempo que o temiam, não o conseguiam enfrentar. Um dia desapareceu um sabonete... instalou-se um silêncio ensurdecedor, a depressão dominava, olhavam-se de lado, o abismo estava próximo, a vida perdeu todo o sentido, a negra vertigem do suicídio pairava no ar... Um belo dia, o copitão disse BASTA! não nos podemos submeter à tirania da melancolia... vamos retomar a nossa vida normal. Para festejar foram todos juntos ao cinema ver um filme do Coppola.

O Grande Teatro do Mundo 1

'Plasticina' de Vassili Sigarev. Teca. Encenação de Nuno Cardoso.
'Acho que a decadência é essencial para renascer'
F. Fellini

quinta-feira, março 16

Porque quero ser Palhaço 6

'A tragédia é a vida em primeiro plano; a comédia, a vida em plano geral'.
Charles Chaplin

quarta-feira, março 15

Pastilhas para o Enjoo 3 (e último)

1. Se fizer parte da tua missão, faz o que tem que ser feito sem te preocupares com as consequências.
2. Não tentar controlar tudo, só sabemos no que nos estamos a meter depois de lá estar.
3. Concentração na tarefa e não no que os outros vão pensar (provavelmente nem sequer estão a pensar em ti).

Se não resultar, pensa que podes morrer a qualquer momento.

segunda-feira, março 13

O Viajante Imóvel 3

PV no céu de Amesterdão em Agosto de 2004
Através da janela
mando
a negra razão
falar com a
paisagem.
Ernst Meister

domingo, março 12

Monólogos da Imagem 5

PV no céu de Barcelona em Abril de 2001
Profissão de alto riso

Vamos lá ver como corre o dia hoje... ter uma profissão arrisada como a de palhaço de rua não é fácil... às vezes não estamos preparados para todos os risos... ainda ontem foi terrível, apanhei com uma gargalhada em cheio na testa... o rapaz devia ser cantor pois tinha uma projecção tremenda. Pior foi no Domingo... aquele puto borbulhento acertou-me com três garagalhadas consecutivas no nariz... andei a semana toda com o nariz vermelho... é... acho que está na hora de fazer um seguro contra todos os risos.

Porque quero ser Palhaço 5

'Morir por encima de la risa, y morir solo. Morir más allá del amor. Cara a cara consigo mismo. Solo, pero UNICO...'



Marcel Oms sobre Buster Keaton

sexta-feira, março 10

Monólogos da Imagem 4

PV no céu de Colónia em Agosto de 2004
O Sabor da Cerveja

Sempre fui um tipo com pouca segurança social... quer dizer nunca gostei muito de estar com muita gente... fico inseguro, angustiado por vezes... esta coisa da 'malta' e da 'banda' sempre me assustou... prefiro observá-los ao longe enquanto saboreio a minha cerveja... é... decididamente mais do que da 'malta', gosto do sabor do malte...

Porque quero ser Palhaço 4

'A minha grande esperança, apesar de tudo, é que, com a ajuda do contágio, algum dia existam muitos senhores Hulot'.
Jacques Tati

quinta-feira, março 9

Monólogos da Imagem 3

PV no céu de Barca d'Alva em Janeiro de 2006

A Sesta Vigilante

Lá vem mais um turista da cidade tirar-me uma foto. Todos os anos é a mesma coisa na passagem de ano... estes putos julgam que lá por fotografarem a minha sesta levam um bocadinho da minha vida... não fazem sequer ideia... se caisses aí de cima, talvez a dor te ensinasse mais sobre a minha vida do que a foto bonitinha para mostrar aos amigos...


Pastilhas para o Enjoo 2

1. Não sismar no que podia ter feito e não fez.
2. Pensar como vai fazer para a próxima.
3. Em vez de se queixar, fazer de outra forma.

Se não resultar, pense que pode morrer a qualquer momento.

quarta-feira, março 8

O Viajante Imóvel 2


'A melhor parte do dia é quando eu vou para a cama. Adormeço e a festa começa.'
Federico Fellini

PV no céu de Cádiz em Abril de 2004

Pastilhas para o Enjoo 1

1. Não se leve demasiado a sério.
2. Não leve as coisas demasiado a sério.
3. Não leve os outros demasiado a sério.

Se não resultar, pense que pode morrer a qualquer momento.

terça-feira, março 7

Porque quero ser Palhaço 3

Continuemos a bater com força:
http://www.bozzetto.com/freedom.htm

O Ombro do Palhaço

Para Elsinore:
Sonho
Penso que devo ter adormecido por algum tempo;
Pois quando acordei tinhas vindo e partido.
Apenas algumas flores permaneciam -
Flores que não podiam sequer dizer quem eram...
E uma fragrância vaga e suave no ar.
Esta noite tenho de sonhar um sonho mais longo
Para que as flores falem
E a sua fragrância estenda uma trémula ponte
Entre nós.
P.S. Rege (Índia, 1910-1978)

domingo, março 5

Monólogos da Imagem 2

PV nos corredores da Tate Modern, Londres em Fevereiro de 2006

Não te entendo... mas gosto de ti!

Todos os dias tento entender-te um pouco melhor, todos os dias fico mais confuso. Sinto-me inseguro porque não te entendo e como não te entendo não te controlo... desagrada-me perder o controlo... mas sinto que há outras formas de chegar a ti. Enfim, não te entendo... e gosto de ti!

Porque quero ser Palhaço 2








'Não importa. Tento outra vez.
Falho de novo... Falho melhor!'.

Samuel Beckett

sábado, março 4

Monólogos da Imagem 1

PV no céu de Cádiz em Abril de 2004
O olho da pantera
Mais um dia presa ao olhar melancólico que me desenharam. Que irritação... se ao menos pudesse olhar para o lado... quem me dera ser a pantera cor de rosa... sempre era melhor ser um desenho animado do que apenas um desenho... desanimado!

sexta-feira, março 3

O Viajante Imóvel 1

'Perante uma fotografia o observador pode fazer a sua própria viagem. Uma fotografia não compromete com uma história e, por isso, está em perene transformação'.
Abbas Kiarostami
PV no céu entre Londres e Cambridge em Fevereiro de 2006

Porque quero ser Palhaço

'Um clown é um ser indefeso, desprotegido e muito vulnerável. Definitivamente, é tudo o que na vida uma pessoa não quer ser, mas é. É um ser transparente, tudo nele se vê e se nota, nada se pode dissimular. Quer dissimular, mas não consegue...e nota-se que tenta; talvez aí radique o ridículo no ser humano. O clown não é de maneira alguma um idiota, não. Pode até ser muito inteligente, mas é a sua vulnerabilidade que o torna ridiculo, que faz dele um clown. A imaginação de um clown não tem limite possível. Tudo o que ele imagina pode ser real. Porque nisto consiste a sua vida, o seu mundo. Um mundo onde prevalece o humano. Os clowns dão prioridade ao coração, à sinceridade e ao seu amor pela vida e pelas coisas mais belas e nobres; enaltecem a amizade como um valor indestrutível e inviolável, e defendem sempre a verdade como forma de vida, essa verdade interior e pura. O clown é um pretexto para tornar a vida um pouco mais agradável e as pessoas um pouco melhores, mais compassivas e solidárias'
Hernán Gené, "Un ejército de clowns"

Slava´s Snow Show






PV no céu de Nova Iorque em Abril de 2005

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’

‘Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.’