Tirando o excesso de pessimismo limitador neste ataque cerrado ao humanismo, um texto muito interessante para reflectir, e provocar polémica, sobre a condição trágico-cómica do humano que se julga superior à sua essência animal e clownesca.
'Apenas as pessoas atormentadas querem a verdade. O homem é como os outros animais, quer comida e sucesso e mulheres, não a verdade. Só se a mente torturada por uma tensão interior desesperou da felicidade: odiará então a jaula da sua vida e procurará mais longe.'
'Os que lutam por mudar o mundo vêem-se a si próprios como figuras nobres ou, mais do que isso, trágicas. Contudo, muitos dos que dedicam esforços para melhorar o mundo não são revoltados contra a ordem das coisas. Procuram consolação para uma verdade que são demasiado fracos para suportar. No fundo, a sua fé de que o mundo poderá ser transformado pela vontade humana representa uma negação da sua própria mortalidade.'
'A acção preserva um sentimento de auto-identidade que a reflexão compromete. Quando trabalhamos no mundo possuímos uma solidão aparente. A acção consola-nos da nossa inexistência. Não é o sonhador ocioso que se evade da realidade. São os homens e as mulheres práticos, que se viram para uma vida de acção como refúgio contra a sua insignificância.'
'Procurar um sentido na vida talvez seja útil como terapia, mas nada tem a ver com a vida do espírito. A vida espiritual não implica uma busca de sentido, mas uma libertação dessa busca.'
'Os outros animais não precisam de um propósito na vida. Contraditoriamente, o animal humano não pode viver sem ele. Não poderemos pensar que o propósito da vida poderá passar pela sua simples observação?'
1 comentário:
Viva.
Procurava algo, o tal sentido, viajando de blog em blog, e cheguei aqui.
Agora, que li este texto, já nem sei se devo continuar a viajar.
Gostei. Vou copiá-lo. Lê-lo várias vezes. Tenho a mente mecanizada, ela não digerirá estas palavras num só dia.
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