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‘Nem ingenuidade, nem cinismo, nem moral. A moral não pertence ao teatro, não lhe compete ser um espaço de julgamento. O teatro deve falar da vida tal como ela é ou de como nós gostaríamos que ela fosse. É um lugar de confrontos e de desejos, de ilusões e de desilusões.’
‘(...) Tenho sempre a esperança que se crie uma relação forte entre a cena e a sala. Acontece que o cérebro das pessoas é muito mais complexo do que aquilo que nós, os encenadores, pensamos. Acredito que os espectadores possam ver mais coisas, ou vê-las de uma maneira radicalmente diversa daquela que temos vindo a falar. Acredito que eles possam desvendar os segredos da peça, porque o segredo não está nas coisas que estão escritas, está entre as linhas, naqueles imensos espaços em branco. Os actores também têm esse dom: ajudam a abrir as portas do segredo, mas isso é algo que eu não consigo explicar. Os segredos são como os sonhos: coisas pessoais e intransmissíveis. Mas o teatro tem esta particularidade incrível: é um lugar onde nos podemos encontrar e sonhar colectivamente.’
Giorgio Barberio Corsetti entrevistado por João Luís Pereira. Manual de leitura da peça ‘O Café’, TNSJ.
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